O texto de Serafim da Silva Neto explica, de forma clara, como ocorreu a expansão da língua portuguesa na África:
Os portugueses foram os primeiros a frequentar as costas da África e a entrar em contato com as tribos negras. Em 1441, Nuno Tristão chegou ao cabo Branco. Daí prosseguiu para o sul, até alcançar a Senegâmbia, onde pôs os pés em 1445. Nesse mesmo ano, Dinis Dias explorou a costa africana até o cabo Verde. Em 1460, Diogo Gomes e Antônio da Noli aportaram à ilha de Santiago, no arquipélago de Cabo Verde; e logo em 1470 foram descobertas as ilhas de Ano-Bom, São Tomé e Príncipe. Doze anos depois, Diogo de Azambuja fundou a importante praça de São Jorge da Mina, à cuja roda se formou logo uma povoação. Em 1484, Diogo Cão descobriu o rio Zaire e o reino do Congo. Em 1488, João Afonso de Aveiro revelou as terras de Benim, e, no mesmo ano, Bartolomeu Dias coroa mais de meio século de esforços, com o dobrar do cabo das Tormentas a que D. João II pôs o nome de Cabo da Boa Esperança. Por toda a corte logo se foram estabelecendo povoações, para as quais acorriam homens de todas as partes de Portugal. Uns, para a divina colheita das almas, outros, tangidos pela sede da aventura ou das riquezas materiais. Nada mais natural, portanto, que a língua portuguesa se fosse difundindo entre as populações negras, da extensa faixa litorânea, tanto mais quanto os missionários a iam ensinando nas escolas. Já em 1504, informa Damião de Góis, D. Manuel mandava para o Congo mestres de ler e escrever.
NETO, Serafim da Silva. História da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1970. p. 430.
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