terça-feira, 12 de setembro de 2017

Monte Castelo e suas intertextualidades



A música brasileira é riquíssima em composições, e uma delas é Monte Castelo, elaborada pelo saudoso Renato Russo. Em sua letra, percebemos intertextualidades que vão do texto bíblico contido em 1 Coríntios 13 ao famoso soneto de Camões.

Vejamos a letra:

Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece

O amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer

Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

É um querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder

É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor

Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade

Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos

Sem amor eu nada seria

Percebeu a presença da intertextualidade nos versos acima? Se não conhece a melodia e deseja conhecer, assista ao vídeo abaixo e se delicie com essa música!


quinta-feira, 27 de julho de 2017

Entenda agora o que é polissemia


A polissemia diz respeito às várias significações de uma palavra, e esta costuma apresentar a mesma grafia e o mesmo som. Para entender melhor o que isso significa, veja estes exemplos:

Quando você fala "a rosa perfumou minha sala", refere-se à bela flor da roseira. No entanto, o sentido da palavra "rosa" muda completamente em: Rosa é uma menina muito inteligente. Aqui, nitidamente, Rosa é uma pessoa. Em outro caso, "pintei a parede de rosa", rosa é a cor da tinta.

Conseguiu perceber como uma mesma palavra pode apresentar várias significações? Rosa é um claro exemplo de palavra polissêmica. Não apenas ela, mas, em nossa língua portuguesa, encontramos outros exemplos interessantíssimos de polissemia. Acompanhe outros:

Se estou fazendo um bico para sobreviver, não significa que é o mesmo bico que há em uma ave. O gato feito na energia elétrica não é o mesmo gato que temos por animal de estimação, muito menos o gato da revista ou da televisão, como as meninas chamam.

A manga da blusa também não é a mesma manga que compramos no mercado, a deliciosa fruta. Muito menos a mala de viagem é aquela amiga mala (inconveniente) que costuma pegar no nosso pé! Fácil de entender, não é mesmo?

Esse tipo de análise feita na língua está ligada à semântica, que tem por objetivo estudar os diferentes significados que a palavra apresenta de acordo com o contexto em que ela está inserida. Esse estudo é muito importante e facilita a compreensão da nossa leitura. Portanto, fique sempre atento às palavras polissêmicas que aparecerem em seu caminho!

Gostou da dica de hoje? Então não deixei de ler também o nosso artigo sobre migrante, emigrante e imigrante para saber a diferença entre cada um deles! Até mais!

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Entenda o significado de topônimo e sua importância para a língua





Com certeza, você já deve ter ouvido falar em topônimo, não é mesmo? Seja na escola, no convívio com amigos ou familiares, em alguma notícia na televisão ou em outro meio de comunicação, essa palavra já deve ter invadido o seu vocabulário ou o de alguém de seu convívio social.

Porém, você já parou para pensar no que significa a palavra topônimo? Então, se ainda não sabe o que ela representa, continue a leitura deste post para compreendê-la melhor.

O que é topônimo?

De acordo com o Dicionário Aurélio, topônimo vem de top(o)- + -ônimo. Ele é um substantivo masculino e significa nome próprio de lugar. 

Podemos citar vários exemplos de topônimos, como: Ásia, Brasil, Paraguai, Rio de Janeiro, Brasília, Rio Grande do Sul, Serra do Mar, Buenos Aires etc.

Que ciência estuda os topônimos?

Os topônimos são estudados pela toponímia, ciência da linguagem que tem por objetivo investigar a origem do nome de cada localidade.

É importante salientar que os nomes dos lugares tiveram motivos específicos para serem escolhidos. Perceba o exemplo a seguir, que se refere à cidade de Cabo Frio, no Rio de Janeiro: 
Cabo Frio é uma cidade localizada no interior do Rio de Janeiro. Cabo tem a ver com acidente geográfico, e Frio é uma palavra que diz respeito a uma característica da região, que fica em uma costeira fria.

Logo, a toponímia está atrelada a outras ciências, como a Filologia, a História, a Geografia e a Arqueologia. Quem estuda os topônimos investiga muito bem os dados para esclarecer a origem dos nomes dos locais e fornecer a nós respostas bastante curiosas.

Gostou de saber um pouco mais sobre topônimos? Então aproveite para ler o nosso artigo sobre a diferença entre migrante, emigrante e imigrante.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Viagem x viajem: qual é o certo?



Muitas pessoas têm dúvidas quanto às palavras viagem e viajem. Porém, é preciso diferenciá-las para empregá-las corretamente. Veja:

Viagem: substantivo.
Viajem: flexão da terceira pessoa do verbo viajar, tanto no presente do subjuntivo como no imperativo.

Então, para não errar mais, não se esqueça da definição de cada uma. Para fixar melhor, perceba o emprego de ambas nos seguintes exemplos:

A viagem que fiz me custou os olhos da cara.
Meu desejo é que eles viajem nas próximas férias.

Preposição para: uma articuladora de finalidade


Para começarmos a discorrer sobre o tema, veja os seguintes exemplos:

Os salários precisam subir para que haja uma recuperação da economia.
Os salários precisam subir para haver uma recuperação da economia.

A partir das frases acima, percebemos que a preposição para exerce a função de finalidade. Além dela, outros articuladores de finalidade também merecem destaque, como: a fim de que, com o propósito de, com a intenção de, com o intuito de, com o objetivo de etc.

Logo, cada um desses articuladores precisam ser usados adequadamente dentro do contexto em que eles se encontram.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Trás e traz: entenda a diferença entre os dois

O cachorro traz um tronco de árvore na boca.

Na legenda da foto, "o cachorro traz um tronco de árvore na boca", utilizamos "traz", e não "trás", porque se refere ao verbo "trazer". Então, para saber qual das duas palavras devemos usar, precisamos saber primeiro o que significa cada uma. Vejamos:

Traz é a conjugação do verbo trazer, na terceira pessoa do singular, do presente do indicativo.

Ex.: A internet é uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo que traz informação, traz também futilidade.

Trás, segundo o Dicionário Aurélio, pode ser tanto preposição como advérbio. Seu significado remete a: atrás, detrás, em seguida e após.

Ex.: Por trás daquela mulher havia um grande mistério.

Portanto, agora que já sabemos a diferença entre "trás" e "traz", não erraremos mais no emprego de ambos os termos.

Se deseja obter mais dicas como esta, curta as nossas redes sociais e saiba de tudo em primeira mão!

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Arrear x arriar



Na língua portuguesa, muitas palavras possuem a grafia parecida (parônimas), como arrear e arriar, que só se diferenciam no "e" e no "i". No entanto, cada uma delas contém significados diferentes. 

Para não erramos o emprego de arrear e arriar, devemos considerar o que significam. Vejamos:

Arrear: pôr arreios; enfeitar.

Arriar: abaixar algo; desanimar.

Na imagem acima, vemos arreios, que são peças colocadas em cavalos para transportarem alguma carga. Dessa forma, quando nos referimos a arreios, usamos o verbo arrear. Se estivermos referindo-nos ao ato de enfeitar-se, também usaremos arrear.

Ex.: O cavaleiro arreou o cavalo. / As mulheres se arreavam com colares.

arriar tem o sentido de abaixar ou desanimar. 

Ex.: Arriaram todo o material no chão. / A febre arriou a criança.