terça-feira, 30 de agosto de 2016

Sinais e abreviaturas empregados no Manual de Redação Oficial

Por mais que o Manual de Redação Oficial da Presidência da República normatize atos e documentações oficiais, ele também é usado por profissionais de algumas áreas específicas quando precisam normatizar certos textos. Além disso, em concursos públicos, o Manual de Redação costuma ser cobrado. 

Dessa forma, achei válido separar um espaço neste blogue para detalhar algumas normas específicas do Manual de Redação. A primeira delas refere-se aos sinais e abreviaturas empregados. Por meio deles, é possível entender os demais informativos que serão postados mais adiante.

Portanto, estes são os sinais e as abreviaturas do Manual para a nossa familiarização: 



sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Aipim, mandioca ou macaxeira?



Essa planta tuberosa pode ser chamada de aipim, mandioca ou macaxeira, dependendo da região em que ela se encontra. No sul e sudeste do Brasil, ela é mais conhecida como aipim. No nordeste, é chamada de macaxeira. Em alguns alguns estados do norte e no centro-oeste, ela costuma ser chamada de mandioca.

Portanto, no país em que há variações linguísticas, uma mesma palavra passa a ser reconhecida por mais de um nome, como é o caso da mandioca, ou do aipim, ou da macaxeira.


Plural dos substantivos compostos

Beija-flor

É importante saber que os substantivos compostos podem vir ou não grafados com hífen. Os substantivos compostos grafados sem hífen flexionam-se no plural do mesmo modo como os substantivos simples. Veja:

fidalgo = fidalgos
mandachuva = mandachuvas
malmequer = malmequeres
vaivém = vaivéns

Quanto à formação do plural dos substantivos compostos com hífen, é preciso atentar às regras básicas.

1. Quando os dois elementos forem palavras variáveis em número, ambos vão ao plural: 

banana-maçã = bananas-maçãs
peixe-boi = peixes-bois
primeiro-ministro = primeiros-ministros

2. Quando o substantivo composto for formado por dois ou mais adjetivos, só o último elemento irá ao plural:

latino-americano = latino-americanos
democrata-cristão = democrata-cristãos
ítalo-austro-húngaro = ítalo-austro-húngaros

3. Quando os dois elementos forem ligados por preposição, só o primeiro varia:

pé-de-moleque = pés-de-moleque
água-de-colônia = águas-de-colônia

4. Quando o primeiro elemento for verbo, só o segundo elemento varia:
beija-flor = beija-flores
mata-burro = mata-burros
tira-gosto = tira-gostos

5. Quando o primeiro elemento for grão, grã (= grande) ou bel, ou uma palavra invariável, só o segundo elemento irá ao plural:

grã-fino = grã-finos
bel-prazer = bel-prazeres
vice-presidente = vice-presidentes

6. Quando o substantivo composto for formado por palavras repetidas ou por onomatopeias, só o segundo elemento irá ao plural:

empurra-empurra = empurra-empurras
teco-teco = teco-tecos
bem-te-vi = bem-te-vis

Obs.: em compostos formados por verbos antônimos, o substantivo fica invariável (o vai-volta = os vai-volta); quanto à palavra guarda, é preciso ter atenção quanto à sua formação composta. Observe:

guarda-roupa = guarda-roupas (roupa é substantivo, logo, guarda é verbo; portanto, apenas o segundo elemento será flexionado)

guarda-noturno = guardas-noturnos (noturno é adjetivo, logo, guarda é substantivo; portanto, os dois elementos deverão ir ao plural)


O que os sufixos eiro, ário e ista têm em comum?


Os sufixos eiro, ário e ista derivam de substantivos referentes a seres humanos e servem para indicar indivíduos que exercem uma profissão ou um ofício. Eles também podem designar pessoas que praticam esportes ou têm certas ocupações regulares. Além disso, podem referir-se a adeptos ou seguidores de sistemas ou movimentos políticos, artísticos, socioculturais, filosóficos, entre outros.

  • Exemplos de palavras formadas pelo sufixo eiro:

Engenheiro, marinheiro, patrulheiro, leiteiro, porteiro, copeiro, livreiro, roupeiro, tintureiro, chaveiro, violeiro, banqueiro, fazendeiro.

  • Exemplos de palavras formadas pelo sufixo ário:

Serventuário, boticário, operário, bancário, secretário.

  • Exemplos de palavras formadas pelo sufixo ista:

Maquinista, foguista, dentista, garagista, pecuarista, romancista, violonista, trapezista, curta-metragista, cartunista, umbandista, marxista, metodista, getulista, tenista, alpinista, velocista.

Há casos em que o sufixo eiro (zeiro), aplicado a substantivo que denota fruto, designa a árvore que produz tal fruto e adota a forma masculina ou a feminina, como:

Abacateiro, mamoeiro, cajueiro, sapotizeiro, algodoeiro, macieira, jaqueira, goiabeira, amoreira, ingazeiro ou ingazeira.


AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2011. p. 457,458.


A expansão da língua portuguesa na África



O texto de Serafim da Silva Neto explica, de forma clara, como ocorreu a expansão da língua portuguesa na África:

Os portugueses foram os primeiros a frequentar as costas da África e a entrar em contato com as tribos negras. Em 1441, Nuno Tristão chegou ao cabo Branco. Daí prosseguiu para o sul, até alcançar a Senegâmbia, onde pôs os pés em 1445. Nesse mesmo ano, Dinis Dias explorou a costa africana até o cabo Verde. Em 1460, Diogo Gomes e Antônio da Noli aportaram à ilha de Santiago, no arquipélago de Cabo Verde; e logo em 1470 foram descobertas as ilhas de Ano-Bom, São Tomé e Príncipe. Doze anos depois, Diogo de Azambuja fundou a importante praça de São Jorge da Mina, à cuja roda se formou logo uma povoação. Em 1484, Diogo Cão descobriu o rio Zaire e o reino do Congo. Em 1488, João Afonso de Aveiro revelou as terras de Benim, e, no mesmo ano, Bartolomeu Dias coroa mais de meio século de esforços, com o dobrar do cabo das Tormentas a que D. João II pôs o nome de Cabo da Boa Esperança. Por toda a corte logo se foram estabelecendo povoações, para as quais acorriam homens de todas as partes de Portugal. Uns, para a divina colheita das almas, outros, tangidos pela sede da aventura ou das riquezas materiais. Nada mais natural, portanto, que a língua portuguesa se fosse difundindo entre as populações negras, da extensa faixa litorânea, tanto mais quanto os missionários a iam ensinando nas escolas. Já em 1504, informa Damião de Góis, D. Manuel mandava para o Congo mestres de ler e escrever. 

NETO, Serafim da Silva. História da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1970. p. 430.

O hibridismo em nossa vida social

Automóvel (grego + latim)

A cada momento, deparamo-nos com uma infinidade de palavras ao nosso redor. Para os amantes da língua, cada vocábulo serve como objeto de investigação. Nesta postagem, estudaremos, de modo breve, o hibridismo, isto é, a formação de palavras com elementos de diferentes línguas. 

No exemplo acima, temos o automóvel, formado por auto (grego) e móvel (latim), duas palavras de origens diferentes. Além de automóvel, são também exemplos de hibridismo:

Alcoômetro (árabe +grego)
Bananal (africano +latim)
Burocracia (francês + grego)
Sociologia (latim + grego)
Televisão (grego + latim)

Esses são apenas alguns exemplos de palavras híbridas. Em nosso vocabulário, há muitos outros hibridismos. 


sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Antonomásia, a substituição de um nome por outro

O rei das selvas
Antonomásia ou perífrase é a substituição de um nome por outro ou por uma expressão que facilmente o identifique.

Veja os exemplos a seguir: 

A Águia de Haia (Rui Barbosa)
A Dama de Ferro (Margaret Thatcher)
A Rainha dos Baixinhos (Xuxa)
A última flor do Lácio (língua portuguesa)
O Apóstolo dos Gentios (Paulo)
O Engenheiro da Palavra (João Cabral de Melo Neto)
O Mestre (Jesus)
O Pai da Aviação (Santos Dumont)
O Pai da Medicina (Hipócrates)
O Patriarca da Independência (José Bonifácio)
O Poeta dos Escravos (Castro Alves)
O Rei do Futebol (Pelé)
O Rei do Rock (Elvis Presley)
O Rei do Pop (Michael Jackson)
O Rei (Roberto Carlos)
O rei das selvas (leão)
O Rei do Cangaço (Lampião)
O Repórter de Canudos (Euclides da Cunha)
Cidade-Luz (Paris)
Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro)
Planeta Vermelho (Marte)

Na realidade, a antonomásia é uma variante da metonímia. Quando a referência é feita a nomes próprios, todos os elementos devem estar grafados com inicial maiúscula, exceto os vocábulos átonos.



domingo, 7 de agosto de 2016

Tipos de cacofonias


A boca dela é pequena.


A frase acima demonstra um exemplo de cacofonia, ou seja, a sílaba ca + a palavra dela formam cadelaAssim, denomina-se cacofonia qualquer sequência silábica intervocabular que provoque som desagradável. 

São também exemplos de cacofonia:
1. Hilca ganhou (cacófato, som obsceno).
2. Vicente já não sente dores no dente (eco, repetição desagradável de terminações iguais).

O eco costuma ser usado em poesias, que tem o efeito de rimar palavras, como: Muito riso, pouco siso. Neste caso, o eco recebe o nome de homeoteleuto.

3. Uma mala, vaca cara (parequema, aproximação de sons consonantais idênticos ou semelhantes).
4. Levanta-se cedo, porque o lance será importante (colisão, sons aproximados).
5. Traga a água (hiato, aproximação de vogais idênticas, geralmente a).


Um breve relato sobre Machado de Assis



Joaquim Maria Machado de Assis (Rio, 1839-1908) foi um grande escritor brasileiro. Filho de um pintor mulato e de uma lavadeira açoriana, ficou órfão muito cedo e foi criado por Maria Inês, sua madrasta. Sua infância foi acometida pela epilepsia e gaguez, as quais lhe deram um feitio de ser reservado e tímido. 

Aos 16 anos, entrou na Imprensa Nacional como tipógrafo aprendiz e, aos 18, na editora de Paula Brito, onde compôs seus primeiros versos para a revistinha A Marmota. Pouco depois, foi admitido à redação do Correio Mercantil. Em 1860, fez resenhas de debates do Senado no Diário do Rio de Janeiro. Nessa década, escreveu quase todas as suas comédias e versos românticos.

Casou-se aos 30 anos com Carolina Xavier de Novais, que o inspirou a criar a Dona Carmo, em Memorial de Aires. Em 1870/80, escreveu Contos Fluminenses, Ressurreição, Histórias da Meia-Noite, A Mão e a Luva, Helena, Iaiá Garcia - contos e romances. Com Ocidentais e Memórias Póstumas de Brás Cubas, já em 1881, Machado atingiu a plena maturidade do realismo. 

A partir de então, ele escreveu: Histórias sem Data, Quincas Borba, Várias Histórias, Páginas Recolhidas, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, e Relíquias da Casa Velha. Foi considerado o maior romancista brasileiro e tornou-se um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Seu último romance, Memorial de Aires, foi escrito após a morte de Carolina. 

Machado morreu devido a uma úlcera cancerosa, aos 69 anos. São também obras machadianas: Outras Relíquias, Crítica, Novas Relíquias, Correspondência de M. de A. com Joaquim Nabuco, A Semana, Crônicas, Crítica Teatral e Crítica Literária.

A seguir, há um documentário sobre Machado de Assis elaborado pela TV Escola. Vale a pena assistir.




Para mais informações sobre obras, cronologia e bibliografia, o MEC disponibiliza um vasto conteúdo do autor. Clique aqui e confira.


Derivação, processo de formação de palavras

Super-homem

Na língua portuguesa, as palavras novas se formam por meio de cinco processos. Nesta postagem, destacaremos o primeiro: a derivação.

Derivação é a formação de palavras pelo acréscimo ou supressão de afixos. Dessa forma, temos:

1. Derivação prefixal ou por prefixação: ocorre com o acréscimo de um prefixo a um semantema.
Ex.: incapaz, super-homem, descrer.

2. Derivação sufixal ou por sufixação: ocorre com o acréscimo de um sufixo a um semantema.
Ex.: papelaria, beleza, bananada.

3. Derivação parassintética ou parassintetismo: ocorre com o acréscimo simultâneo de afixos.
Ex.: ajoelhar, enriquecer, infelizmente.

4. Derivação regressiva: ocorre com a supressão de falsos ou verdadeiros sufixos de uma palavra.
Ex.: ajuda (do verbo ajudar), caça (do verbo caçar), burro (do substantivo burrico). 

5. Derivação imprópria ou conversão: ocorre quando uma palavra muda de classe, sem alterar a forma.
Ex.: os bons (adjetivo se torna substantivo), gol relâmpago (substantivo se torna adjetivo), Coelho (substantivo comum se torna substantivo próprio) etc.