Árabes |
A influência árabe pode ser datada do século VIII, quando os árabes atravessaram as Colunas de Hércules e precipitaram-se sobre o solo peninsular. Este, por causa da sua situação geográfica privilegiada, estava destinado a ser o primeiro ponto europeu atingido pela invasão muçulmana.
Na luta entre os visigodos e os mouros, venceram os mouros, tornando-se senhores absolutos do grande reino visigótico. Apesar de a raça, a língua, a religião e os costumes extremarem vencidos e vencedores, muitos hispano-godos adotaram os costumes e a língua árabe, o que deu origem aos moçárabes.
A civilização árabe era incomparavelmente superior à da Península. Ismael de Lima Coutinho relata bem essa superioridade:
Os califas protegiam as artes e as letras. A ciência estava muito difundida entre eles. A medicina, a filosofia, a matemática, a história, contavam com grandes cultores. Foram dois cientistas árabes, Avicena e Averróis, que vulgarizaram a doutrina de Aristóteles na Europa, traduzindo-lhes as obras e comentando-as. Em seus palácios, os califas organizavam valiosas bibliotecas.
Além disso, durante o domínio, cresceram a agricultura, o comércio e a indústria. Logo, o luxo dominou a alta sociedade, seguindo, depois, para outras camadas sociais. O árabe foi adotado como língua oficial, embora o povo subjugado continuasse a falar o latim vulgar. Assim, a influência árabe exerceu-se, quase exclusivamente, no domínio vocabular.
Muitos nomes ligados a plantas, instrumentos, ofícios e medidas, que fazem parte do nosso vocabulário, são de origem árabe. Certas palavras são fáceis de identificar por causa da presença do artigo invariável árabe al. Veja alguns exemplos:
- Algodão, alecrim, alface, alfafa, alfazema, alcachofra, alaúde, alicate, algema, alqueire, alfaiate, almoxarife, aldeia, álcool, alcunha etc.
Há também exemplos de palavras que não começam com al. Observe:
- Adufe, armazém, azar, azulejo, baldio, cifra, enxaqueca, forro, javali, mesquinho, tambor, xarope etc.
Além disso, sobrenomes como Alcântara e Almeida também são de origem árabe.
COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática Histórica. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1976. p. 54,192,193.
muito bom!! obg
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