terça-feira, 12 de setembro de 2017

Monte Castelo e suas intertextualidades



A música brasileira é riquíssima em composições, e uma delas é Monte Castelo, elaborada pelo saudoso Renato Russo. Em sua letra, percebemos intertextualidades que vão do texto bíblico contido em 1 Coríntios 13 ao famoso soneto de Camões.

Vejamos a letra:

Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece

O amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer

Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

É um querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder

É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor

Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade

Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos

Sem amor eu nada seria

Percebeu a presença da intertextualidade nos versos acima? Se não conhece a melodia e deseja conhecer, assista ao vídeo abaixo e se delicie com essa música!